Eu sei que um diagnóstico de câncer sempre assusta, mas graças a evolução da medicina, os tratamentos estão sendo cada vez mais eficientes no combate à essa temida doença.
O tratamento pode ser doloroso, principalmente para o lado psicológico da mulher, mas, acredito que o estado de espírito com que a pessoa enfrenta a doença pode fazer esse período se tornar mais leve.
Então, para inspirar melhores emoções trouxe algumas histórias de superação que já passaram por aqui, mas que merecem ser relembradas.
Foto: Juliette Furtado de Souza
Daiany aos 33 anos com todas as preocupações de trabalho, organizar o casamento, planos para o futuro acabou descobrindo a doença e procurou atendimento.
Antecipou o casamento para celebrar a cerimônia e se unir ao seu grande parceiro, que foi um pilar principal de apoio emocional, o grande desafio foi a recuperação em pouco mais de 1 mês para o evento.
Foi necessária a mastectomia bilateral e a reconstrução mamária com próteses e 30 dias depois dessa cirurgia Daiany estava celebrando seu casamento e superando a primeira etapa!
Conselhos da paciente para quem está enfrentando o problema agora:
“Acreditar que tudo dará certo já é o caminho para a cura. Tudo na vida tem um motivo. A doença está apenas fazendo um convite para darmos uma “pausa” e mudar o estilo de vida, ações, pensamentos, reações, olhar para dentro e “limpar” o emocional. Tenha fé e força! Faça a mastectomia com um mastologista e a reconstrução opte por um cirurgião plástico. Ouça uma segunda opinião, tanto de mastologista quanto de cirurgião plástico. Faça com médicos que te passem confiança”.
A segunda história é contada de um ângulo um pouco diferente, é contada pelo marido de uma paciente…
“Meu nome é Celio Zandonai, tenho 50 anos de idade e sou casado com Marlene Folquini Alberton Zandonai, hoje com 54 anos. Somos casados há 27 anos e temos dois lindos filhos: Giovani e Giuliano.
A Marlene sempre cuidou muito bem de sua saúde e por isso fazia seus exames preventivos periodicamente.
Em 2014 teve que realizar um procedimento para ressecamento de ductos para retirar um papiloma ductal, quando foi detectado um carcinoma lobular insitu na mama esquerda. O tratamento, inicialmente, consistiria no uso de um bloqueador hormonal (Tamoxifeno) e acompanhamento com uma periodicidade mais curta.
A Marlene teve muitas reações adversas com o Tamoxifeno e o médico que a acompanhava na época, resolveu suspender a medicação e apenas realizar o acompanhamento a cada seis meses.
Em 2015 fez um exame de ressonância e foi detectado um nódulo e após a realização da biópsia foi constatado um carcinoma lobular insitu invasivo.
A Marlene havia se aposentado há pouco tempo e tínhamos muitos planos. Íamos visitar o irmão dela que mora nos Estados Unidos; a Marlene estava fazendo um curso de inglês e teve que parar e tinha planejado vários cursos para depois da aposentaria e estávamos com planos de mudar de cidade e, de repente aquele resultado positivo desabou em nossas cabeças. Era como se nos tivesse faltado o chão.
Somente quem passa por uma situação assim é que realmente pode entender o alcance que um resultado positivo para carcinoma maligno tem na vida do paciente e da família.
O medo, a incerteza, a raiva, o desalento, é uma tormenta de emoções. Porque com a minha esposa? Porque comigo?
É assustador acordar de madruga e olhar para a pessoa que você ama deitada ao teu lado e se sentir totalmente impotente com a situação.
É neste momento que a união e o amor da família e amigos têm um papel fundamental. Confortar, encorajar, mas, acima de tudo, saber ouvir e compartilhar, tanto o medo como a esperança.
Felizmente, nesta época já tínhamos o acompanhamento da Dra. Adriana, uma médica extremamente competente e, acima de tudo, humana e sensível e que soube nos passar muita tranquilidade, nesta hora de muita incerteza e angústia. Um anjo em nossas vidas. Serei eternamente grato a ela.
Em novembro de 2015 a Marlene foi submetida a uma mastectomia bilateral total. A família toda fez plantão no SOS Cárdio em Florianópolis. Nossos dois filhos, pai, mãe, irmãos, sogra, cunhado, todos presentes e torcendo.
Um bando de italianos soltos num hospital. Quase fomos expulsos de lá.
Com certeza a presença da família ajudou e deu muita força para a Marlene.
A recuperação foi difícil. A quimioterapia parecia interminável.
O dia em que a Marlene raspou o cabelo, foi ao lado do dia em que recebemos o diagnóstico, um dos mais difíceis da minha vida.
Não pelo cabelo em si. Apesar de a Marlene ser uma mulher linda e vaidosa, o cabelo era o de menos naquele momento. Cabelo cresce e fazermos com ele o que queremos.
O que mais dói muito é a relação entre a cabeça raspada e a doença. A fragilidade de nossas vidas estampada numa cabeça raspada.
Eu havia raspado a minha cabeça alguns dias antes para tentar aliviar a carga emocional. Era o mínimo que eu podia fazer para demonstrar a minha cumplicidade com ela.
São nestes momentos que um abraço, um beijo e um choro em conjunto aliviam o peito. A cabeça raspada nunca foi um problema para a Marlene. Ela sempre lidou muito bem com a situação. Até porque, em outros tempos ela já teve cabelos curtos, longos, crespos, lisos.
Aliás, ela sempre foi uma guerreira. Sempre se mostrou confiante e esperançosa. Lógico, como não poderia deixar de ser, tinha, e ainda tem, seus altos e baixos, mas sempre com um olhar positivo para o futuro.
Logo já estávamos brincando com as nossas carecas. Temos muitas fotos desses momentos para sempre nos lembrarmos de quanto são importantes o amor e a união da família e das pessoas que nos rodeiam.
O que mais nos deu força durante todo o tratamento certamente foi o nosso amor e o amor por nossos filhos e toda família e a certeza de que temos uma vida inteira pela frente para realizar todos os nossos planos.
Para quem está passando pela mesma situação sabe muito bem que não é fácil. Tem que ter garra. Os exames e a insuportável angústia da espera dos resultados. A cirurgia e a dor da recuperação. A quimioterapia e todas as suas consequências no corpo. As incertezas…
Mas a cada dia que passa a esperança e a certeza de que tudo dará certo fica mais forte. A esperança se transforma em certeza de que um lindo futuro nos aguarda.
A confiança de o amanhã será melhor o hoje é que nos alenta. Isso é uma certeza porque o hoje já é, com toda certeza, muito melhor do que o ontem.
Justamente no mês do outubro rosa a Marlene fez a cirurgia de reconstrução da mama.
Como a Marlene já estava muito bem recuperada da mastectomia e da quimioterapia e, principalmente porque sempre tivemos muita confiança no Dr. Raidel, está sendo uma etapa bem mais fácil. Um excelente profissional que sempre nos transmitiu muita segurança.
A confiança no médico, principalmente em relação ao tratamento de uma doença que tem um impacto emocional tão grande é muito importante. E essa confiança sempre tivemos no Dr Raidel e sua equipe.
A recuperação da Marlene está sendo maravilhosa. Algumas vezes tenho que brigar com ela porque se esquece que ainda está em recuperação e já vai abrindo portas e armários.
A reconstrução da mama foi um marco divisor no tratamento da Marlene. O momento de deixar o passado em seu lugar, abrir um sorriso e somente pensar no futuro, ao lado da pessoa que, junto com meus filhos, mais amo neste mundo.
Eu sabia que a reconstrução seria importante, mas não achava que teria um impacto positivo tão grande como realmente teve.
A parte estética sempre foi o menor dos problemas. Sempre conversamos muito sobre isso e sempre focamos os nossos esforços em resolver o problema principal.
Mas é evidente que a reconstrução da mama tem um efeito muito grande na autoestima da mulher e isso ajuda com toda certeza no tratamento como um todo.
A reconstrução das mamas vem como uma recompensa depois de todas as dificuldades com o tratamento.
A reconstrução representou o fim de um ciclo. Todo o sofrimento e as incertezas vão ficando para trás. É importante nesta fase tentar desamarrar os nós que nos atrelavam a todo aquela situação e mirar no futuro. E neste ponto, a reconstrução das mamas foi decisiva.
A Marlene hoje está muito mais alegre e confiante.
A MINHA Marlene está voltando.
Sabemos que ainda temos um longo caminho pela frente com o tratamento, mas sem dúvida depois da reconstrução das mamas, ele está bem mais fácil de ser trilhado.”
A terceira história é a de Jacqueline Maes:
“Não é fácil descrever a sensação ao descobrir um câncer.
Comecei a trabalhar aos quatorze anos e hoje ao cinquenta e seis, estou aposentada. Sonhos e planos não faltam, principalmente acompanhar nossos filhos e netos em suas caminhadas.
Jamais imaginei que isso pudesse acontecer comigo, já que sempre procurei me resguardar com um estilo de vida saudável e anualmente realizando todos os exames considerados importantes para uma boa prevenção.
No final de 2016, percebi alterações visíveis na mama e mesmo repetindo os exames mais comuns para a detecção da doença, só após uma ressonância é que se confirmou o diagnóstico. Então, perdi o chão e me deparei com a possibilidade real de morte. Muita coisa mudou em minha vida e na vida de quem está perto de mim… minha família, meus amigos. Sentimentos que estavam escondidos, diferenças que existiam, valores que se modificaram.
Tudo isto somado, resultou em muita força e muito amor. Desde então, tem sido nesta força e neste amor que me agarro para ultrapassar uma a uma as dificuldades que a doença apresenta.
Sessões de quimioterapia, cirurgias, radioterapia, internações, são fases que precisamos passar. Então, vamos enfrentá-las com muita força e fé em Deus.
Desde o início, quando do diagnóstico, eu achava que deveria e queria fazer a cirurgia de retirada do câncer rapidamente. Mas não foi possível. Primeiro tive que fazer a químio e só depois, a retirada da mama. Agora, já estou na fase preparatória para sua reconstrução.
Tive a sorte de conhecer pessoas maravilhosas durante meu tratamento. Pessoas que ganhei de presente e as quero para sempre por perto. Pessoas iluminadas, profissionais altamente qualificados e incrivelmente humanos, que hoje considero meus amigos e salvadores.”
Pessoas diferentes, histórias diferentes e um objetivo em comum, vencer o câncer e amenizar as marcas que ele deixou no corpo e na mente.
As fotos e os depoimentos foram cedidos pelos próprios pacientes ou familiares para que as suas histórias se tornem fonte de força e informação para outras mulheres.
Você quer saber mais sobre diagnóstico, prevenção e sobre as cirurgias de reparação de mamas? Então acompanhe o Blog e a página do Facebook que vou postar diversas informações importantes!